O rápido rali dos índices acionários americanos antes do Dia de Ação de Graças dissipou completamente os temores dos investidores. O Federal Reserve está prestes a cortar as taxas de juros — e deve fazê-lo de forma agressiva, em parte graças à influência de Hassett. A economia dos EUA tem mostrado muito mais tendência a surpreender positivamente do que a decepcionar. Donald Trump continuará apoiando o mercado de ações, e a chamada "bolha da inteligência artificial" parece mais mito do que realidade. Não é surpresa, portanto, que o S&P 500 esteja avançando, enquanto o Nasdaq Composite registra seu melhor desempenho desde 2008.
A boa notícia é que, historicamente, os índices de ações tendem a subir do Dia de Ação de Graças até o fim do ano. A má notícia é que esse movimento costuma ocorrer com menos força do que no passado. Além disso, em 2015, 2018 e 2022, o S&P 500 registrou quedas nesse mesmo período.
Dinâmica do índice de ações após o Dia de Ação de Graças
A rápida recuperação do mercado de ações americano está levando os principais bancos a abandonarem previsões cautelosas. Antes mais prudente, o JPMorgan agora projeta que o S&P 500 avançará 11%, alcançando 7.500 pontos até o fim de 2026, impulsionado pela força da economia dos EUA, pelos sólidos lucros corporativos, pelo avanço da inteligência artificial e pelo afrouxamento da política monetária do Fed. Segundo o banco, se o Federal Reserve agir de forma agressiva e cortar a taxa dos fundos federais pela metade, o índice amplo poderá até superar a marca dos 8.000 pontos.
Essas previsões não surpreendem. Vários bancos, como UBS Group, HSBC Holdings, Deutsche Bank e Morgan Stanley, também projetam ganhos de dois dígitos para o S&P 500 no próximo ano. Nem mesmo as preocupações sobre avaliações fundamentalmente esticadas das gigantes de tecnologia — e a dificuldade dessas empresas em gerar lucros proporcionais aos seus enormes investimentos — têm sido suficientes para diminuir o otimismo.
Dinâmica do S&P 500 e previsões do índice geral
Na realidade, o enorme investimento em inteligência artificial é uma necessidade. Como observou o CEO da OpenAI, Sam Altman, as pessoas podem reinvestir em tecnologias de IA e perder dinheiro — ou investir pouco e perder a oportunidade de lucrar.
Assim, os receios dos investidores no mercado de ações foram rapidamente esquecidos. A ganância retornou. Os traders já se preparam para o rali de Natal e seguem comprando ações de forma agressiva. Paralelamente, estatísticas decepcionantes sobre o emprego no setor privado do ADP, pedidos iniciais de seguro-desemprego, confiança do consumidor e vendas no varejo vêm sendo interpretadas como motivos adicionais para um afrouxamento da política monetária do Fed, o que continua a sustentar o S&P 500.

Curiosamente, o Beige Book do Fed mostra um desenvolvimento em "K" da economia dos Estados Unidos. Os mais ricos continuam ficando mais ricos, impulsionados pela inteligência artificial e pelas ações de tecnologia, enquanto os mais pobres reduzem seus gastos. A distância entre esses dois grupos está aumentando — mas, ainda assim, não há sinais de recessão no curto prazo.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do S&P 500 mostrou um rompimento do nível de pivô-chave em 6.770, o que abriu espaço para a abertura de posições longas. Se o preço ultrapassar o valor justo de 6.845, a atividade compradora poderá se intensificar ainda mais.
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