Ontem, o preço do ouro aproximou-se do seu recorde histórico, com os investidores, a digerir os dados do mercado de trabalho dos EUA, a aguardarem ansiosamente os números da inflação. A escalada das tensões na Venezuela também aumentou a procura pelo metal. A prata também subiu para um novo máximo, continuando a sua forte recuperação.
O preço do ouro superou US$ 4.325 por onça, recuperando-se de uma leve queda registrada na sessão anterior. Os dados de inflação, que serão divulgados na quinta-feira, serão acompanhados de perto pelos mercados, pois podem influenciar a disposição do Federal Reserve em promover novos cortes nas taxas de juros.
A alta do metal precioso também foi impulsionada por acontecimentos na Venezuela, onde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o bloqueio de todos os petroleiros sancionados. O líder americano vem intensificando a pressão sobre seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, em meio ao aumento da presença militar na região e a ameaças de possíveis ataques terrestres.
Tradicionalmente, o ouro é visto como um ativo de refúgio, buscado por investidores em períodos de incerteza econômica e geopolítica. Dados anteriores do mercado de trabalho dos EUA, embora tenham provocado volatilidade inicial, acabaram reforçando a percepção de resiliência da economia americana. Ainda assim, os números de inflação aguardados permanecem como um fator-chave capaz de alterar o humor do mercado.
Além disso, a escalada das tensões na Venezuela, assim como qualquer agravamento do risco geopolítico, tende a elevar a demanda por ouro. A instabilidade na região pode afetar o fornecimento global de petróleo e acrescentar mais incerteza aos mercados financeiros.
Vale destacar que, neste ano, o metal precioso acumula valorização de aproximadamente dois terços, caminhando para seu melhor desempenho anual desde 1979. Esse avanço tem sido impulsionado por compras consistentes de bancos centrais e por um movimento generalizado de saída de títulos governamentais, em um ambiente de queda das taxas de juros.
A definição do novo presidente do Fed também permanece no radar dos investidores, pois deverá oferecer sinais adicionais sobre a condução da política monetária no próximo ano. Trump, que tem defendido cortes agressivos nos juros, está programado para entrevistar hoje o atual diretor do Fed, Christopher Waller, como parte do processo de nomeação. Uma ou duas entrevistas adicionais são esperadas ao longo da semana, com o anúncio do novo presidente do Fed previsto para o início de janeiro. Quanto mais suave for a postura da autoridade monetária, maior tende a ser a demanda pelo ouro.

Quanto às perspectivas técnicas atuais para o ouro, os compradores precisam recuperar a resistência mais próxima, em US$ 4.372. Isso lhes permitirá atingir US$ 4.432, acima do qual será bastante difícil romper. O alvo mais distante será a área próxima de US$ 4.481. No caso de uma queda do ouro, os vendedores tentarão assumir o controle de US$ 4.304. Em caso de sucesso, uma quebra dessa faixa representará um golpe significativo para as posições de alta e empurrará o ouro para um mínimo de US$ 4.249, com possibildiade de queda para US$ 4.186.
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